GALILEU · e‑ISSN 2184‑1845 · Volume XXII · Issue Fascículo 2 · 1st July Julho – 31st December Dezembro 2021 · pp. 7‑9 8
sobre as consequentes nulidades e respetiva sanação pelo consentimento do titular dos
direitos fundamentais pessoais, em respeito pelo n.º 2 do artigo 18.º da Constituição da
República Portuguesa e pelo artigo 335.º do Código Civil.
Seguem ‑se três trabalhos de alunos de mestrado elaborados no âmbito da UC Seminá‑
rio de Investigação: Direito Penal Económico. São textos situados e circunstancializados
ao tema que foi atribuído para apresentar e debater em sala de aula.
O primeiro, escrito por Tânia Sofia das Neves Teixeira Carimbo, trata de «A autorre‑
gulação (compliance) e Direito penal», tendo em conta a preservação do princípio da ultima
et extrema ratio deste, que, mesmo no âmbito e espaço corporativo, deve intervir apenas
quando ocorre uma lesão do bem jurídico digno e carente de tutela penal por parte de
agentes singulares e de pessoas jurídicas.
O segundo, apresentado por Jacqueline Maria Menta, estuda «A perda de bens e
vantagens na criminalidade económico ‑financeira», procurando analisar a motivação,
evolução, objetivos, gerações do confisco alargado de bens, a natureza jurídica, assim
como algumas questões controversas como a decretação da perda de bens ‘post mortem´,
verificando se ocorre a transmissibilidade da pena para além do arguido e a que geração
pertenceria o confisco de bens ´post mortem´, sem olvidar uma reflexão sobre a ética do
Estados que integram no seu património o produto de uma criminalidade que perse‑
guem com legislações cada vez mais restritivas de direitos e liberdades fundamentais
pessoais.
O terceiro, elaborado por Helder Figueiredo, aborda o «Direito processual penal econó‑
mico – (dis)funcionalidades conexas com as pessoas coletivas», e que está datado (setem‑
bro de 2021 antes da aprovação da Lei n.º 94/2021, de 21 de dezembro). À data da apresen‑
tação deste paper, o autor estudou a ausência de normas processuais penais aplicáveis às
pessoas coletivas em conexão com a criminalidade económico ‑financeira tendo em conta
a sua inegável e inevitabilidade relacional. A partir de um brevíssimo excurso doutrinal,
o autor considerava que urgia debelar a lacuna de normas processuais penais atinentes à
pessoa coletiva enquanto sujeito processual penal.
Em sequência, publica‑se a análise crítica sobre Questões prementes do Direito Penal:
Breve reflexão sobre o Direito Policial» de Bernadete Lima Domingues, que, neste pequeno
texto, procura debater a função constitucional de polícia na defesa e garantia da liberdade
enquanto princípio enformador do Direito penal assente na função de equilíbrio.
Terminamos com a recensão crítica escrita por Maria da Graça Esteves sobre a obra
«Perda das Vantagens do Crime no Direito Penal. Confisco alargado e confisco sem condenação»,
organizada por Adriano Teixeira e publicada pela Marcial Pons, na qual participam auto‑